Catadora e diarista, Carmen Lúcia de Sousa, de 48 anos, mora com as três filhas em uma casa simples na Cidade Estrutural. Com renda instável, a família sempre teve dificuldades para fechar as contas do mês, quadro que se agravou em setembro, quando o marido de Carmen faleceu de forma inesperada. “A gente não sabe até hoje a causa da morte. Ele começou a passar mal, nós acionamos os bombeiros, ele foi levado para o HRAN (Hospital Regional da Asa Norte), mas não sobreviveu. O IML (Instituto Médico Legal) até hoje não nos informou o que provocou a morte dele, que era forte e saudável”, afirma Carmen.

Carmen com as filhas e um dos sobrinhos. Catadora e diarista, ela teve que parar de trabalhar com a crise do coronavírus.

A chegada do coronavírus fez com que Carmen parasse de trabalhar. A filha mais velha, de 22 anos, é designer de sobrancelhas e também interrompeu as atividades. As duas mais novas, que são estudantes, agora estão em casa em tempo integral. Conseguir dinheiro para comprar alimentos e itens de higiene e limpeza se tornou um desafio, mas a família de Carmen é uma das 514 que receberam doações arrecadadas pelo Coletivo da Cidade. “Não posso sair, porque morro de medo de ficar doente. Meu marido morreu novo e sem explicação. Ser pobre no Brasil é muito difícil, a gente estaria numa situação muito ruim se não fosse a ajuda do Coletivo.” 

Coletivo da Cidade foi criado em 2011 para oferecer atividades de contraturno escolar para crianças e adolescentes da Cidade Estrutural. Após se consolidar, a organização passou a ofertar cursos de capacitação profissional para adultos, aulas de inglês, acompanhamento psicossocial e a realizar eventos para fomentar a cultura na comunidade. Quando a crise do coronavírus estourou, todas as atividades foram interrompidas e o Coletivo passou a arrecadar dinheiro, alimentos e itens de higiene para famílias em situação de vulnerabilidade social da Cidade Estrutural, a região administrativa com renda domiciliar mais baixa do Distrito Federal – cerca de 2,54 salários mínimos de acordo com dados da Codeplan (Companhia de Planejamento do DF).

A campanha começou em 25 de março e será realizada enquanto as diretrizes de distanciamento social estiverem em vigor. Também participam da iniciativa as entidades Inglês na Estrutural e BoaAção. “Nosso objetivo é apoiar as famílias da Cidade Estrutural dando alimentos e kits de higiene para as mais vulneráveis. Muitas pessoas perderam suas fontes de rendas e estão tendo dificuldade de se alimentar”, explica Coracy Coelho, coordenador do Coletivo da Cidade. A organização distribui cestas básicas e kits com sabão em barra, sabonete líquido e água sanitária. “A proposta é atender as situações emergenciais. Acreditamos que as famílias serão atendidas na sequência por programas governamentais. Só as famílias que não conseguirem acessar esses programas serão atendidas com regularidade”, detalha Coelho. 

Os interessados em ajudar devem preencher este formulário, levar doações diretamente na sede do Coletivo ou fazer doações em dinheiro – veja os dados bancários abaixo. “Também fazemos alguns agendamentos para retirar doações. Nesse caso, é necessário entrar em contato por telefone para agendar a coleta. Todos os produtos são higienizados antes de serem distribuídos para as famílias, e a entrega segue todas as orientações para evitar aglomerações e contaminação, pontua Coelho.  

Coletivo da Cidade
Telefone: (61)3465-4790 / 99959-2334 (Whatsapp)

Dados bancários:
Banco do Brasil
Agência: 1507-5
Conta: 59563-2
CNJPJ: 16.482.372/0001-3

 

Pin It on Pinterest

Share This